Crônica das Compras Natalinas de Última Hora!!!
Era uma vez, ou melhor, era a véspera de Natal, quando eu, dotado de uma paciência que rivalizaria com a de um santo, decidi que estava na hora de enfrentar o desafio épico das compras de Natal de última hora. O local escolhido para a minha odisseia moderna foi um shopping, aquele lugar mágico onde a paciência é testada e a conta bancária ameaçada.
Ao adentrar o shopping, fui saudado pelo canto natalino de caixas registradoras trabalhando em tempo recorde. O cenário era digno de um filme apocalíptico, com pessoas correndo de um lado para o outro, sacolas voando, e carrinhos de compras transformados em verdadeiros veículos de guerra.
Optei por começar pelas lojas de brinquedos, onde a lei da oferta e demanda se tornava mais clara do que nunca. Uma boneca que normalmente custaria o preço de um café gourmet agora valia o equivalente a uma viagem para Barbados. Mas quem disse que preço é um obstáculo quando se trata do sorriso de uma criança na manhã de Natal?
Enquanto tentava escapar da batalha travada nos corredores, percebi que a paciência era um bem escasso. Os semblantes das pessoas eram dignos de uma pintura renascentista, expressões de quem estava à beira de um ataque de nervos. E eu ali, tentando manter a sanidade em meio a esse caos organizado.
Fui até a seção de roupas, onde os preços eram elevados ao nível estratosférico. Por um momento, me perguntei se não estaria mais em uma joalheria de luxo do que em uma loja de departamento. Mas, mais uma vez, a magia do Natal falou mais alto, e eu saí de lá com sacolas cheias e a carteira vazia.
Chegou o dia vinte e quatro, e com ele, a realização de que o Natal estava batendo à porta. A família esperava os presentes, e eu, com a destreza de um malabarista, equilibrava as sacolas com o preço da minha ingenuidade. O ato de presentear estava cumprido, mas a lição ficou: a procrastinação natalina tem seu preço, e não é barato.
Contei essa história entre risos e suspiros, como quem narra uma saga heroica. Afinal, não há crônica mais verdadeira do que aquela que revela as peripécias dos bravos guerreiros que enfrentam os shoppings na véspera de Natal. E assim, entre sacolas e risadas, encerrei mais um capítulo da minha aventura anual no reino do consumismo natalino. Que venha o próximo ano, com novas histórias e, quem sabe, uma pitada a mais de planejamento.